Mãe e pai de menina encontrada morta em contêiner de lixo no RS são indiciados pela Polícia Civil

  • 09/09/2024
(Foto: Reprodução)
Carla Carolina Abreu de Souza responderá por suspeita de maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. Matheus Ferreira será investigado por suspeita de abandono material e violência psicológica. Corpo de Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, foi encontrado em Guaíba. Mãe e pai da menina Kerollyn são indiciados por maus tratos A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (9), ter concluído as investigações sobre a morte da menina de 9 anos encontrada morta em um contêiner de lixo de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O pai e a mãe de Kerollyn Souza Ferreira foram indiciados. O caso aconteceu em agosto. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Conforme a polícia, Carla Carolina Abreu de Souza responderá por suspeita de maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. Ela foi liberada do sistema prisional no fim de semana, segundo a Polícia Penal do RS, e deverá cumprir medidas cautelares. (Saiba mais abaixo) "A menina vítima sofria maus tratos por parte da mãe — falta de cuidado e negligência que resultam em perigo — e a morte dela decorreu dessa ação reiterada de maus tratos. Também ficou comprovado que a mãe, por mais de uma vez, praticou violência psicológica contra a filha", diz a Polícia Civil no inquérito. Já Matheus Lacerda Ferreira será investigado por suspeita de abandono material e violência psicológica. Ele vive em Santa Catarina. A filha chegou a morar com Matheus nos primeiros meses de vida e aos sete anos, contudo, a criança voltou para a casa da mãe. "O pai, por sua vez, deixando de pagar pensão e ajudar nas despesas materiais da criança, que passava por necessidade, foi indiciado por abandono material e também violência psicológica", complementa a polícia. O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público (MP), que decide se acusa ou não os pais de Kerollyn na Justiça. Caso faça isso e o Judiciário aceite a denúncia, os dois começam efetivamente a ser julgados pelo crime. Vizinha afirma ter acionado Conselho Tutelar 'mais de 20 vezes' Mãe teve responsabilidade na morte de menina, diz polícia Justiça nega prorrogação da prisão da mãe investigada por morte de menina; suspeita é solta O que dizem as defesas A advogada Thais Constantin, responsável pela defesa de Carla Carolina Abreu de Souza, alega que desde o início "foi colocada uma única linha investigativa". "Se o delegado vem à imprensa e afirma que eles têm convicção que essa criança foi colocada dentro de uma lixeira, e a gente tem um possível indiciamento de maus-tratos e não da questão do homicídio, alguém vai ter que responder quem matou essa criança", sustenta. Os advogados Carla Lima e José Luiz Aveline Zanella, que representam Matheus Lacerda Ferreira, afirmaram que "a defesa discorda frontalmente do seu indiciamento por abandono material e violência psicológica". Eles dizem que ainda que "ao longo da instrução processual, será comprovado que Matheus foi um pai amoroso, com quem Kerollyn sempre manteve grande carinho e afeto". Prisão temporária indeferida Carla estava internada sob custódia no Hospital de Charqueadas, também na Região Metropolitana, de onde recebeu alta na tarde de sábado (7). Após a Justiça indeferir a prorrogação da prisão temporária, a mãe da menina perdeu direito à custódia ainda na sexta-feira (6). As razões da internação não foram informadas. Em vez da prisão temporária, a mãe de Kerollyn enfrentará uma série de medidas cautelares impostas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Guaíba. Entre as determinações, Carla não poderá se ausentar da região da comarca sem autorização judicial e deverá comparecer mensalmente ao juízo. Sedativo no corpo de Kerollyn A Polícia Civil confirma que exames toxicológicos identificaram a presença de medicamento sedativo no corpo de Kerollyn. Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV, o chefe da Polícia Civil do RS, Fernando Sodré, afirmou que os laudos resultantes da avaliação do corpo da menina apontaram que a substância clonazepam foi ingerida pela criança. "O laudo toxicológico confirmou a presença da substância que nós conhecemos por Rivotril ou clonazepam na menina. O que não foi possível ainda, e pedimos uma segunda perícia para ver se é possível, é dosar o clonazepam", explicou Sodré. De acordo com a bula do Rivotril, medicamento à base de clonazepam, a substância "pertence à classe dos benzodiazepínicos, medicamentos que causam inibição leve do sistema nervoso, com consequente ação anticonvulsivante, sedativa leve, relaxante muscular e tranquilizante". Em depoimento à Polícia Civil, a mãe de Kerollyn já teria comentado que supostamente deu clonazepam à filha. Segundo a suspeita, ela própria também teria ingerido a substância do dia em que o corpo da criança foi encontrado. Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba Reprodução Relembre o caso A morte de Kerollyn completou um mês nesta segunda. O caso está sob sigilo no Tribunal de Justiça (TJ) "por medida de segurança" após a detecção de acessos indevidos aos autos do processo por usuários do sistema que não atuam no caso. O corpo de Kerollyn foi encontrado por um reciclador dentro de um contêiner de lixo no bairro Cohab, em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, de acordo com a Brigada Militar (BM). Na época, não foram encontrados sinais de violência aparentes no corpo da vítima, conforme a perícia. A mãe da menina, Carla Carolina Abreu Souza, foi presa temporariamente em 10 de agosto, um dia após o corpo ter sido encontrado. Segundo a Polícia Civil, ela é suspeita de responsabilidade sobre as circunstâncias que levaram à morte da filha. Em depoimento à polícia, Carla teria dito que deu um sedativo sem prescrição médica à menina horas antes de Kerollyn ter sido encontrada morta dentro do contêiner de lixo. De acordo com a investigação, a criança teria ingerido um grama de clonazepam, além de ter recebido a medicação risperidona (com prescrição). A investigada afirmou em depoimento que também teria ingerido clonazepam e que tanto ela quanto a filha foram dormir momentos depois, segundo a Polícia Civil. A suspeita ainda teria dito que acordou por volta de 7h, viu que a menina não estava em casa, tomou mais medicamento e voltou a dormir. A mulher também teria afirmado à polícia, de acordo com a investigação, que já agrediu a filha com uma escumadeira – espécie de colher de metal. Nesse episódio, Kerollyn chegou a ser levada para o hospital por uma lesão na cabeça, supostamente por consequência de um tombo de bicicleta, mas que, após investigação, apurou-se ter sido causada pela mãe. Uma vizinha, mãe de um colega de escola de Kerollyn, afirmou, em entrevista à RBS TV, ter supostamente acionado o Conselho Tutelar "mais de 20 vezes" para falar sobre a situação da criança. Segundo a dona de casa Fernanda Cardoso, a menina pedia carinho e comida aos vizinhos. "Eu liguei mais de 20 vezes, eu pedi por favor para eles resolverem. Eu mandava foto da criança, mandava tudo. A criança na chuva pedindo. Ela vivia na minha porta pedindo. Pedia água, pedia abraço, pedia beijo", relatou. Em nota, o Conselho Tutelar de Guaíba alegou que estava "acompanhando e colaborando com as autoridades competentes", mas que não poderia fornecer detalhes adicionais sobre o andamento das investigações. Ao menos outros três vizinhos denunciaram o caso ao Conselho Tutelar do município. Segundo eles, a mãe gritava e ofendia Kerollyn frequentemente. Uma das mulheres afirma ter ouvido um pedido de socorro, que seria da menina, ao passar pela frente da residência da família. Os relatos dão conta de que a criança ainda cuidava de irmãos menores. O pai de Kerollyn, Matheus Ferreira, disse ter ficado sabendo através de vizinhos que a filha supostamente dormia na rua. "A guria dormia na rua, a guria comia comida do lixo, os vizinhos me falaram. Era uma situação que eu não estava sabendo, não estava por dentro do que estava acontecendo", afirma Matheus. Matheus Ferreira e a filha Kerollyn, encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba Reprodução Nota da defesa do pai de Kerollyn A defesa de Matheus Lacerda Ferreira discorda frontalmente do seu indiciamento por abandono material e violência psicológica. Ao longo da instrução processual, será comprovado que Matheus foi um pai amoroso, com quem Kerollyn sempre manteve grande carinho e afeto. A guarda de Kerollyn sempre foi compartilhada entre Matheus e a mãe, ele sempre fez tudo o que estava ao seu alcance para cuidar da filha e suprir suas necessidades. Matheus esteve afastado da filha no período e Matheus está devastado com a morte de sua filha Kerollyn. Sua última tentativa de contato com a filha, foi em maio de 2024, quando foi impedido, pois segundo Carla, mãe de Kerollyn, ele deveria aguardar a decisão da Justiça, o que impossibilitou esse reencontro. A defesa está confiante de que a verdade será esclarecida e que o verdadeiro caráter de Matheus como pai será reconhecido. Atenciosamente, Dra. Carla De Lima Dr. Zanella Advogados de Defesa de Matheus Lacerda Ferreira VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/09/09/mae-e-pai-de-menina-encontrada-morta-em-conteiner-de-lixo-no-rs-sao-indiciados-pela-policia-civil.ghtml


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